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segunda-feira, 23 de março de 2015

Pela 1ª vez, mercado financeiro prevê inflação acima de 8% em 2015

Ao mesmo tempo, economistas preveem retração maior do PIB em 2015. Expectativa de retração econômica passa de -0,78% para -0,83% neste ano.
Pela primeira vez, os economistas das instituições financeiras previram que a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá superar a barreira dos 8% em 2015. Se confirmado, será o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. A estimativa para o IPCA passou de 7,93% para 8,12%, segundo o relatório de mercado divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central, feito a partir de pesquisa com mais de 100 analistas de bancos na semana passada. Para 2016, a previsão subiu de 5,60% para 5,61%. Segundo analistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressionam os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial do país, medida pelo IPCA-15, ficou em 1,24% em março. No acumulado de 12 meses, o índice foi para 7,9%, o maior desde maio de 2005 (8,19%). Em março de 2014, o IPCA-15 havia sido 0,73%. No ano, a taxa é de 3,5%. Em entrevista coletiva, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que "essa é uma expectativa de mercado, e como qualquer expectativa ela pode ser revista". "O governo está trabalhando para trazer a inflação para o centro da meta o mais rápido possível", declarou Barbosa. O ministro afirmou ainda que "o ano está começando, as expectativas de mercado vão flutuar, tem muitos preços flutuando hoje em dia. [...] A expectativa de mercado às vezes é volátil, o fato de a expectativa indicar uma inflação elevada nesse patamar não significa que a inflação será nesse patamar." ESTIMATIVAS PARA O PIB 2015 Evolução ao longo das semanas, em % 0,55 0,5 0,4 0,38 0,13 0,03 0 -0,42 -0,5 -0,58 -0,66 -0,78 -0,83 26/12 2/1 9/1 16/1 23/1 30/1 6/2 13/2 20/2 27/2 6/3 13/3 20/3 -1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 Fonte: BC Produto Interno Bruto No caso do PIB, a previsão dos economistas do mercado financeiro passou a ser de uma retração de 0,83% neste ano, contra uma contração de 0,78% esperada anteriormente. Se confirmado, será o maior " encolhimento" da economia brasileira desde 1990, quando se retraiu 4,35%, ou seja, em 25 anos. A piora na projeção do mercado, na última semana, foi a décima segunda seguida. O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira. Para 2016, o mercado baixou sua expectativa de uma alta de 1,30% para um crescimento um pouco menor, de 1,20%. As previsões do mercado financeiro mostram que um cenário de recessão no fim de 2014 e início de 2015 não pode ser descartado. A recessão técnica se caracteriza por dois trimestres consecutivos de contração do PIB. A prévia do PIB divulgada recentemente pelo Banco Central indicou uma retração de 0,15% nos três últimos meses do ano passado, contra o trimestre anterior. Os dados oficiais do IBGEsobre o PIB do quarto trimestre do ano passado e também de todo ano de 2014 serão divulgados somente em 27 de março. No fim de outubro, o IBGE informou que a economia brasileira saiu por pouco da recessão técnica no terceiro trimestre de 2014 – quando o PIB cresceu 0,1% na comparação com o trimestre anterior. Estimativa para juros fica em 13% ao ano, no final de 2015 (Foto: G1) Taxa de juros Após o Banco Central ter subido os juros para 12,75% ao ano no início de março, o maior patamar em seis anos, o mercado manteve a expectativa de que a taxa termine 2015 em 13% ao ano – o que pressupõe mais uma alta até o fim deste ano. Para o fechamento de 2016, a estimativa dos analistas permaneceu em 11,50% ao ano. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Em 2015 e 2016, a meta central da inflação é de 4,5%, e o teto é de 6,5%. Economistas preveem dólar a R$ 3,15 no final de 2015 (Foto: G1) Câmbio, balança e investimentos Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 subiu de R$ 3,06 para R$ 3,15 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio avançou de R$ 3,11 para R$ 3,20 por dólar. A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2015 subiu de US$ 3 bilhões para US$ 3,5 bilhões. Para 2016, a previsão de superávit comercial avançou de US$ 10 bilhões para US$ 11 bilhões. Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil caiu de US$ 57,5 bilhões para US$ 56,5 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte ficou estável em US$ 58 bilhões. Fonte:http://g1.globo.com/economia/mercados/noticia/2015/03/pela-1-vez-mercado-financeiro-preve-inflacao-acima-de-8-em-2015.html

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